Seja atrevido, não se arraste, olhe nos olhos e aprenda a desrespeitar!

domingo, 30 de outubro de 2011

Luta contra o câncer

Estou vendo um monte de gente ficando puta por causa das pessoas que estão pedindo para que o Lula se trate pelo SUS.
Dizendo que estão todos desinformados, pois o SUS de São Paulo é muito eficaz na lta contra o câncer, acusam de ódio e falta de sensibilidade as pessoas que manifestam-se a favor do tratamento do ex presidente pela rede pública.
Mas vejo uma certa discordância nesses ataques.
Pois a eficiência do SUS de São Paulo no tratamento contra o câncer é fato, falo por experiência própria. Então, qual o problema em querer que alguém faça o tratamento por um sistema que sabe-se ser eficaz?
Ódio? Falta de sensibilidade?
Dessas pessoas que estão  revoltadas, quantas realmente sabem o que é o câncer? Quantas sabem da rotina das pessoas com essa doença em casa ou nos hospitais? Quantas sabem o que é realmente a quimioterapia e seus efeitos? Ou só sabem que cai o cabelo?
Porque só vejo gente famosa rotulada de herói da luta contra o câncer? Foi assim com a Hebe, com o vice presidente José Alencar e será assim com o Lula assim que o cabelo dele começar a cair. Mas, como disse sobre aqueles e digo sobre este também, se chamo de herói da luta contra o câncer quem faz tratamento no Sírio Libanês, hospital de elite, como devo chamar quem passa por isso enfrentando as filas dos hospitais públicos? Pois apesar de fornecer tratamento adequado e avançado, as filas são enormes. Quando eu tinha uma simples consulta de rotina, desmarcava qualquer outro compromisso na quele dia, pois entrava lá as 9h da manhã e só saí a tarde, morto de cansaço e mal humorado. Pois essa vida nos deixa assim, mesmo que só as vezes. Como só posso falar de mim mesmo, eu não me lembro de ninguém dando força para os pacientes que estavam lá comigo. Não vi nada parecido com essa mobilização que existe quando se trata de uma figura pública.
Se você gosta do cara, tudo bem. Mas não venha tentar me empurrar essa hipocrisia goela a baixo.
O que ele fez ou deixou de fazer na presidência não tem nada a ver com sua doença. Ele é só mais um cara com câncer entre tantos outros. E quem sabe, se ele utilizasse o Sistem Único de Saúde, não desencadeasse uma onda de melhoras na saúde pública brasileira, com a mídia e vários outros olhos voltados para esse campo.
Portanto, seja onde for que faça o tratamento, tomara que dê tudo certo para ele. Insisto que a atuação dele no governo nada tem a ver com essa doença. Não sou eleitor em tempo integral, mas sou humano o tempo todo.
E, a todos os que estão revoltadinhos, tanto de um lado dessa briguinha quanto do outro, parem de se preocupar com coisas que vocês não podem ajudar e façam algo que realmente tenha relevância. Doe sangue, avise sua família que você é doador de orgãos, vá conhecer os trabalhos beneficentes feitos não só pela causa contra o câncer, mas em favor de outras pessoas que igualmente precisam dessa força que você tem disperdiçado nessa polêmicazinha sem sentido.
Quanto ao rótulo de herói que mencionei, não existem heróis da luta contra doenças, nós apenas fazemos o que tem que ser feito para continuarmos vivos. Não desejo que você fique doente, mas se ficar, você entenderá perfeitamente o que estou dizendo.
Faça apenas o que precisa ser feito.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Autopropaganda

Eu apoio pessoas críticas. Gosto de pessoas com opiniões bem elaboradas. Pessoas que argumentam. Isso é muito produtivo e saudável para nossa sociedade.
Mas quando a motivação dessas posturas é somente autopropaganda, ou seja, chamar atenção para si, mostrar aos que estão ao redor que possui tal conhecimento para fazer afirmações aqui e ali, não vejo mais utilidade para essas atitudes.
Podemos conversar e trocar idéias sobre qualquer assunto que julgarmos útil, mas a partir do momento em que as idéias deixarem de ser o centro da conversa, dando lugar à propaganda, a conversa acaba. Seja propaganda a seu favor ou ao meu. Não importa. Eu não preciso de ninguém dizendo que sou bom. Afinal, creio que a pessoa mais indicada para avaliar isso seja alguém que me conhece a mais tempo, eu mesmo. 
Se há a necessidade de mostrar a todos tudo o que pensa, tudo o que conhece, a todo momento, falta-lhe confiança sobre o próprio intelecto. Por que mais alguém tentaria convencer a todos ao redor de que é uma pessoa assim ou assado?
Só posso pensar que está tentando convencer-se daquilo que diz. Ou seja, ainda não conhece a si mesmo.
Ter opiniões prontas sobre tudo e todos. 
Opiniões imutáveis, como se tivesse nascido com elas.
Isso tudo é muito estranho pra mim.
Nessa parte concordo com o que dizia o Maluco Beleza.
Então: TOCA RAUL!!!

"Só sei que nada sei"
Sócrates

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Questionar = Revolta

Algumas(muitas) pessoas dizem que sou revoltado. Pois questiono coisas que a nossa sociedade elegeu como inquestionáveis. Por exemplo, quando eu era aluno do Ensino Fundamental eu quis saber por que eu não podia me defender quando as acusações eram feitas pelo vice diretor da escola em que eu estudava. Sempre quando ele falava tínhamos que ficar TODOS calados, ouvindo coisas que não eram necessariamente verdade. Como quando perdi o ônibus e cheguei atrasado, fui levado diretamente à sala do vice diretor para me juntar a outros que foram pegos matando aula, mas eu não havia feito aquilo. Mas sempre que tentava falar algo em minha defesa, alguém (professor, inspetor, etc) me mandava ficar em silêncio e apenas ouvir qual seria minha punição. Os outros só ouviram sermão, apenas meu pai foi chamado por que eu era muito "mal educado" e não aceitava quieto quando eu estava "errado".

Crescendo passei a questionar alguns aspectos do meio em que vivo. Lógico que eu uma hora ou outra iria chegar na política. Porém, uma da frases mais populares que escuto é "Pra que ficar discutindo política? Não vai mudar nunca mesmo.", ou as pessoas revelam não gostar desse assunto, pois 'político é tudo ladrão'. Mas ainda me pergunto: COMO ASSIM?
Nossa vida é comandada por política. As coisas não mudam exatamente quando há esse tipo de pensamento. Se ninguém se mexe nada acontece. Os políticos que estão nesse momento atuando no nosso governo são pessoas como nós. Eles não vem de outros lugares, eles saíram do nosso meio. Se eles são desonestos é por que nós somos desonestos. Nós sempre damos um 'jeitinho brasileiro' para poder levar vantagem sobre o outro. Fazemos um 'gato' para não pagar imposto. Usamos nossos parentes que estão num cargo privilegiado para que nos consiga alguns favores. Subornamos oficiais que deveriam cumprir a lei e, em certas situações, nos punir. Colamos nas provas. Enganamos outras pessoas para podermos levar alguma vantagem.
Os políticos fazem a mesma coisa, a única diferença é que ele tem a oportunidade de levar vantagens bem maiores. E quem deu essa oportunidade à eles? Nós.
Nós os colocamos onde estão e os deixamos fazerem o que quiserem com nossas vidas.
É o país dos 'espertos' e também do egoísmo. E no final todo mundo dá rasteira em todo mundo e ficamos todos caídos no mesmo chão.
Acho que John Nash tem muito a nos ensinar nesse aspecto(assistam o filme A beautiful mind, estou falando da cena no bar)
E ainda querem censurar meus questionamentos em relação à política.

Quem nunca ouviu a frase "Religião não se discute"?
Essa idéia é disseminada a torto e a direito como uma verdade imutável. Mas ninguém até hoje me explicou o motivo.
Eu não discutiria se cada pessoa guardasse sua religião para si mesmo, mas eu tenho que conviver com religiosos batendo na minha porta, me parando na rua, influenciando as decisões na Câmara dos Deputados e no Senado em favor da doutrina que recebem em suas religiões(bancada evangélica e lobby católico), símbolos religiosos em departamentos públicos. E, como se não bastasse, ainda sou visto como uma má pessoa por não crer ou seguir nenhum deus, doutrina ou religião.
Tenho que lidar com tudo isso e ainda querem me dizer que não posso questionar religiões. Tamanho é esse absurdo que a maioria das pessoas acha que tudo isso é certo, que as religiões, principalmente a cristã, são intocáveis e inquestionáveis.

Com esse fato em mente, não poderia acontecer outra coisa, começo a questionar o comportamento das pessoas, na quais eu me incluo. Como podemos aceitar tudo isso e silenciar? Aceitar que façam o que quiserem com nossas vidas, aceitar servir de fantoches e nos esconder como realmente somos, reprimir nossos questionamentos apenas para evitar conflitos?

Se ser rotulado como revoltado significa querer viver minha vida sem ser uma marionete dos dogmas da sociedade, então fico feliz em ser revoltado.
Pense criticamente!

Deixe as crianças em paz

Agora todo mundo critica a "molecada de hoje em dia". Saudosismo nas alturas, todo mundo quer relembrar sua infância, exaltando-a dizendo "No meu tempo que era bom". Cheguei a ver o cúmulo de alguém postar no Tumblr a imagem do Sol/Bebê dos Teletubbies e dizer que aquilo é só pra quem teve infância. Sinceramente, se sua infância foi assistir a esse tipo de coisa retardada que trata as crianças feito imbecis, então você não está em vantagem nenhuma em relação ao que crescem vendo porcarias com violência. Aliás, qualquer um que baseie o conceito de infância feliz em programas de televisão é simplesmente um grande exemplar de estúpido tomado pela ignorância. Portanto, deixe a "molecada de hoje em dia" em paz. Se não for para apresentá-las a algo realmente útil, se for só para compará-las a gerações anteriores com o intuito de apenas mostrar o quão são "inferiores". Feche sua maldita boca e cuide apenas do seu próprio rabo. Pois sua infância foi tão inútil quanto você pensa sobre a geração atual.
Duvida?
Pergunte aos seus pais.

Eu, o desleixo em pessoa.

De vez em quando alguém chama minha atenção para o jeito como eu me visto e me comporto, de um modo geral, para minha maneira de ser.
Sempre com boas intenções, pessoas tentam me orientar para que eu "melhore" minha aparência, meu linguajar, minha postura, etc. Um dos argumentos que mais ouço é que eu não aparento ser quem sou.
Bom, sei que, quando falam isso, referem-se ao fato de eu ter estudado bastante, ser professor e ter certos conhecimentos e experiências.
Dizem que eu devia me vestir mais adequadamente. Porém, quando paro para analisar cada pessoa falando isso, percebo que querem que eu mude na direção delas. Individualmente, querem que eu me refaça seguindo o modelo de cada uma. Sutilmente me dizem: "Seja como eu!"
Como eu sempre digo: Quando você pensa que está fazendo a coisa certa, torna-se um prepotente, arrogante. Você se acha melhor que todo mundo.

O que faz uma pessoa considerar a possibilidade de ser melhor que todo mundo e especial o suficiente para querer que todos tomem-na como exemplo?

É absurdo, mas eu preciso dizer que não há quem possa dizer se eu aparento ou não ser quem sou, pois isso só é possível quando alguém me conhece muito profundamente e não apenas por saber qual a minha profissão.(Você não é seu emprego!)

Eu, o desleixo em pessoa. Me sinto bem com isso. Não ser invejado(Você não é o que tem na carteira!), ninguém querer ser como eu. Eu sequer gosto de ser notado. Estou passando, aprendendo, curtindo, sentindo tudo de todo lado sem ser incomodado por coisas fúteis e inúteis.
Ao que parece, o mundo olha para mim e não me enxerga. Vê apenas um cara sem nada para oferecer. Mas eu prefiro assim. Só quem tem coração para chegar perto o bastante saberá mais sobre mim. Não preciso fazer propaganda. Sou só mais um cara na rua. Mais um rosto entre tantos. Sem nada de especial.
Quieto, apenas observo. Ninguém me vê chegar. Ninguêm nos vê chegar.
"... veja as figuras de nós...eu...com pele ruim, feio, desgraçado, mal penteado, mal vestido...eu...pobre, brasileiro, terceiro mundo, filho da puta, miserável..." Tom Zé

Vida em Movimento

"Não confie num pensamento que vem quando você está sentado."
Essa frase passou a fazer muito sentido para mim. Encontrei ela no livro Vitaminas Filosóficas - A arte de bem viver do filósofo e músico alemão Theo Roos, na parte que ele fala sobre Nietzsche. Pensando sobre ela, comecei a perceber alguns comportamentos das pessoas ao meu redor e meus também.
Percebi o quanto torcemos para que o fim de semana chegue logo e, quando chega, não fazemos nada. Ansiamos por aquele feriado que vai cair na segunda-feira e teremos três dias seguidos de folga e, quando ele chega, ficamos em casa grudados no sofá, muitas vezes reclamando de não ter nada para fazer. E o pior, aguardamos durante um ano inteiro a chegada de nossas férias e, quando a tão sonhada chega, dormimos muito, comemos muito, vemos muita TV(no meu caso não, pois não perco meu tempo com TV), nos arrastamos pela casa durante vinte ou trinta dias, quando voltamos ao trabalho dizemos a todos que usamos as férias só para descansar.

Descansar? Para quê?
Para voltar ao trabalho revigorado e ser mais produtivo. Descansado para dar o máximo no emprego por mais um ano e ansiar pelas próximas férias nas quais você, mais uma vez, apenas se arrastará pela casa para começar tudo de novo.

Isso me lembra uma frase que ouvi de um tio certa vez: Você trabalha para viver ou vive para trabalhar?
Por que dedicar-se tanto às atividades que, em tese, apenas serviriam para garantir-lhe o sustento, a moradia, o lazer, enfim, a sobrevivência?
Na prática trabalhamos para nos manter trabalhando.
Nos alimentamos para continuar com energia para trabalhar.
Dormimos para ir trabalhar de manhã.
Estudamos, adquirimos conhecimentos para melhorar no trabalho.

Estamos fazendo o caminho inverso.

Percebi isso em mim. Nas minhas últimas férias fiquei vinte dias em casa. Eu lembro e vejo que realmente me arrastei os vinte dias pela casa. Lia um pouco, estudava um pouco, navegava na internet um pouco, comia um pouco, dormia e me entediava muito.
Quando voltei ao trabalho e alguém me perguntou o que eu fiz no meu tempo de férias. Respondi: NADA!

Isso me deprimiu. Fiquei muito triste mesmo ao perceber que tive tempo para fazer muitas coisas bacanas e não fiz.
Me perguntei muitas vezes "Por que não fiz?"
A única resposta que me vinha à cabeça era por que eu não quis, me acomodei, vegetei por vinte dias, reclamei do tédio pela simples razão de não ter sequer a iniciativa de dar um pulo lá fora pra ver como estava o tempo. E, se eu estava deprimido nessa hora, a culpa foi toda minha.

"NÃO CONFIE NUM PENSAMENTO QUE VEM QUANDO VOCÊ ESTÁ SENTADO."

Eu, que sempre me revoltei com o conformismo, agindo dessa forma.
Me revoltei mais uma vez. Agora comigo mesmo.
Vinte e três anos e estou perdendo minha vida. Estou vendo-a passar sentado nessa poltrona de velcro. Reclamando do tédio e da vida enquanto ela passa lá fora.
Perdendo tempo, perdendo a vida.
Prometi que jamais faria isso de novo.
Passado pouco mais de um mês, chega um feriado, numa terça-feira, o que signifiva quatro dias seguidos de folga.
Não pensei duas vezes.
Joguei uma mochila nas costas e durante quatro dias eu andei por quatro estados.
Foi uma experiência maravilhosa.
Nesses quatro dias vi mais coisas do que no vinte dias de férias anteriores.
E um detalhe importante, eu tenho algo para contar. Pois, como já disse Nelson Gonçalves, a vida só vale a pena se tiver algo para contar aos seus netos.

Então, não adianta ficar sentado, vendo o relógio dar voltas, enquanto a vida passa e sua morte se aproxima.
Faça algo.
Não precisa ser como eu e sair por aí com ma mochila nas costas a cada fim de semana possível. Se quiser, ótimo, eu recomendo. Mas pode ser qualquer outra coisa.
Aprenda a tocar um instrumento e faça músicas. Vá dançar. Sinta o frio das águas do mar ou de um rio. Se enfie no meio do mato e acampe por lá. Reúna a galera. Pratique algum esporte, não para manter um visual, mas um esporte que te dê alegria, que seja prazeroso. Curta uma vida em movimento.
Sinta o cheiro da rua. Vá simplesmente dar uma volta, ande pelas ruas e conheça sua cidade. Conheça lugares. Vá aonde você nunca foi. Experimente. E, para que tudo isso seja possível, o mais importante...
SAIA DE CASA

Músicas de Protesto

Hoje meu gosto musical foi questionado.

Estava eu tranquilo, sentado num banco com meus fones de ouvido, num daqueles momentos felizes em que somente presto atenção à música e canto sem emitir som algum. Uma mão me toca o ombro, era uma colega, conhecida a pouco tempo, disse que me chamou algumas vezes, mas só obteve minha atenção pelo tato.
Realmente, nesse momentos, eu não ligo mais pra nada.
Ela me perguntou o que eu estava ouvindo que me levava tão longe.
Mostrei a ela. Professor Dylan em seus primódios.
Começamos a conversar sobre música e, ao ouvir que eu gostava muito de músicas com contexto social, minha colega expressa uma opinião que achei muito estranha.

Como eu poderia gostar desse tipo de música? Elas não fazem diferença, não mudam nada, não resolvem os problemas da sociedade. É perda de tempo dar importância à essas músicas. Seria melhor se eu escutasse músicas que retraram sentimentos como amor e que fale a beleza do mundo.

Achei estranho alguém conceber a idéia de que eu creio que músicas irão resolver os problemas de alguém.
Nenhuma música poderia resolver os problemas de uma pessoa, quanto mais da nossa sociedade. Porém, não é esse o objetivo das músicas de protesto.
Músicas desse tipo nos fazem pensar. Nos fazem refletir sobre a realidade. Afinal, esse é o ponto de partida para qualquer mudança, principalmente para solucionar problemas.

Pensar.

É isso que as músicas de protesto fazem.

A longo prazo, essas músicas espalham e imortalizam idéias. Os músicos morrem e nós continuamos a cantar suas canções. O tempo passa e essas músicas permanecem. Carregadas de pensamentos, carregadas desejos e mudanças.
Músicas que protestam contra uma realidade injusta, soa por muito tempo nos ouvidos daqueles que beneficiam-se com essa situação. Não só pela própria canção, mas por todos que a ouviram, pensaram e dispuseram-se a mexer-se a favor de um ideal.
Essas músicas são uma pedra no sapatos do figurões. São os calos apertados dos 'poderosos'.
Sem a divulgação e propagação de pensamentos promovidas por músicas de protesto, os beneficiados pela desigualdade entre as pessoas estariam muito mais próximos do total controle sobre os outros. A luta pela liberdade e pela igualdade não seria a mesma. A música une pessoas num mesmo objetivo, sem ela cada um estaria só, isolado.

A música nos faz pensar, nos faz buscar o que desejamos, imortaliza idéias, nos faz lutar e nos une.

Cada canção vence uma batalha na guerra pela igualdade e liberdade.

Beleza

Desculpe se eu acho sua beleza um tanto xoxinha,mas alguém que usa as palavras 'lindo' e 'perfeito' com muita facilidade nunca viu algo belo de verdade.

Beleza de verdade está na mudança de nota no tempo certo numa escala musical.
Beleza está naquela foto que ninguém percebeu que foi tirada.
Beleza é ver que seu cachorro pular em você todo molhado, pois te esperou na chuva um tempão.
Beleza está no céu e todas as suas constantes mudanças.
Beleza é rolar no chão.
Beleza é sono.
Beleza é encontro de águas.
Beleza é ação do vento.

...

A beleza está em toda parte deste mundo feio, você nunca vai percebê-la se continuar buscando a perfeição de histórinhas ilusórias.



"Era um dia daqueles, alguns minutos antes de nevar e havia eletricidade no ar. Quase dá pra ouvir,não dá?.
Esse saco tava dançando comigo. Como um garotinho me implorando pra brincar.
Durou 15 minutos. Foi nesse dia que eu percebi que havia vida por tras das coisas. E essa incrível força benevolente que queria que eu soubesse que não havia razão pra ter medo. Nunca.
O video é substituição inferior, eu sei. Mas me ajuda a me lembrar ... eu preciso lembrar.
As vezes eu sinto que há tanta beleza no mundo que eu não posso resistir. E meu coração ... ele vai desmoronar"


Rick Fitts - Beleza Americana

Egoísmo

"...sinto muito se não fui feito um sonho seu..."
Amores Imperfeitos - Skank




O ser humano é mesmo muito egoísta.
Alguém já direcionou essas palavras a mim. Por eu prezar certos valores e não abrir mão de mim mesmo.
Claro que num ambiente com mais de uma pessoa cada um deve ceder um pouco de si para tudo correr bem. Mas isso tem um limite. E eu não posso simplesmente me moldar ao gosto de outro, e nem quero que outro faça isso por mim. Sinceramente, quero que me questionem e quero questionar, quero que me mostrem outros pontos de vista e parem pra ver o meu. Quero gostar de alguém como é realmente e, também desse modo, quero que gostem mim. Mas de mim, mesmo. Eu.
Não quero que concordem comigo em tudo, nem que me façam todas as vontades. Concordem apenas se realmente sentir que estou certo. Fui criado muito independente, sou assim desde cedo, então, que me deixem fazer coisas por mim. Isso não significa que sou distante, apenas que tenho meu espaço e respeito o seu.
Não mostrem-me apenas o que é lindo, porque eu sei que o mundo não é cor de rosa e eu não sou bonito e especial como um floco de neve. Não tentem tapar meus olhos para as coisas 'down' da vida, pois isso parece falso e ilusório.
Há pessoas que não entendem isso, chegam a dizer que eu só falo tais coisas por que me convém, por ser a minha verdade.
Ora, nesse momento em que me acusa, e se recusa tentar ver sob meu ponto de vista, estás apoiado apenas em suas verdades. Quem é o egoísta aqui?
Se tudo o que eu falo não importa para alguém, simplesmente concorda, sinal que não faz diferença. Então, não falo mais.
E, na real, eu não vou voltar ao passado para alguém me ouvir.

Conselhos




Há pessoas que não sabem aconselhar.
Você diz que está com dificuldades no trabalho, saúde, em casa, com seu pai, mãe, irmão, cachorro, você está numa maré de azar do caralho. Sua mulher te trocou por uma cara que você sabe que é muito mais legal que você, seu chefe te odeia, seus pais te acham um fracasso, você entra no MSN no sábado à noite e constata que é o único on line.
Aí a pessoa vira, em plena segunda-feira de manhã, e diz: "Fica tranquilo, isso passa, tudo vai melhorar".

Meu, se for pra falar isso, CALE A BOCA!!!
Não sabe o que dizer, não fale nada, fique quietinho, ouça e respire só o suficiente pra manter o sangue circulando.

O que eu ouço sempre é o 'Já passou'. Falo sobre coisas ruins que aconteceram comigo na minha curta vida de 23 anos, e lá vem alguém dizer 'Já passou'. Porra, eu sei que já passou. Não estou querendo reviver fatos doloridos, só que as lembranças vem e vão, não importa o que eu faça. É a minha história. Minha vida. E eu preciso aceitá-la, não dá pra ignorar os maus momentos e só lembrar dos acontecimentos legais. NINGUÉM faz isso.



Peço três coisas às pessoas:

Respeite meu humor matinal, eu não quero conversar.
Não olhe tanto para o meu rabo, você também tem um.
E, se me encontrar melancólico e eu começar a falar sobre minhas lembranças doloridas, apenas ouça e não tente me animar, em algum momento eu melhoro.

Se não quiser me ouvir, não finja ser meu amigo, me deixe falando sozinho e mostre que você não tem interesse nenhum no que tenho a dizer.

Obrigado.

Comparações




Se tem algo que me incomoda são as comparações. Destesto de ser comparado. Pois quando se é comparado a alguém nunca fica-se em situação confortável.


1º Comparado a alguém "maior": Você é um bosta, um nada. Que jamais fez algo relevante ou que valesse a pena. Perdedor.
2º Comparado a alguém "menor": Veja o quanto a desigualdade foi cruel para este ser humano. Você só conseguiu tudo isso, não por mérito, mas porque teve todas as oportunidades que este pobre infeliz não teve.
3º Comparado a alguém "igual": Você não é grande coisa, tudo que você faz ele faz também. Você podia ser mais original.


Não há escapatória.

Odeio comparações e sei que muitos também odeiam, ou melhor, dizem que odeiam.
Pois, quando odiamos algo, logo o afastamos. Se odeia comparações, por que continua fazendo?
E não só com os outros, mas consigo mesmo. Pessoas comparando-se a outros para exaltar o próprio ego, diminuir o outro, equiparar-se ao ídolo, fazer-se de vítima e vai saber o que mais.


Há pessoas que querem mostrar de qualquer forma que são ótimos fisionomistas. A começar do nascimento de uma criança: "É a cara do pai!"
Cala a boca! A criança acabou de nascer, tá toda inchada, com a mesma cara de joelho que todo recém nascido tem. Não se parece com nínguem ainda.
Minha irmã mais velha, ao conhecer alguém, não interessa-se por quem é a pessoa, e sim com quem parece-se: "Ela é a cara de fulano de tal".
Porra, meu! Que diferença faz?
Você não destaca-se por perceber que uma pessoa é parecida com outra, isso todo mundo nota. No máximo você chama atenção por ser imbecil o suficiente pra falar isso toda hora.

Se você se utiliza de comparações para provar qualquer coisa que seja, isso só mostra o quão grande é sua incapacidade. Se não compára-se a outro seu trabalho não é reconhecido, o outro é destaque e você não, salta a vista o quão distante você está do seu ídolo e todo mundo, inclusive você, nota a sua responsabilidade e culpa de tudo que acontece na sua vida. Ou seja, você é um incompetente, não consegue fazer nada por si mesmo, precisa sempre do outro para fazer uma comparação e forjar um possível "sucesso".

Tá na hora de criarmos vergonha na cara e assumir-mos a responsabilidade por nossa vida e nosso mundo.

Dominados

“Fome? Pobreza? Isso não me interessa. O que me interessa são revistas importantes, TV com 500 canais, marcas famosas nas minhas cuecas.”

Parei pra pensar um pouco sobre a história da humanidade.
A maior parte das informações que chega até nós retratam intrigas, guerras e todo um arranca rabo em busca da liberdade. Desde os primórdios, as pessoas sempre lutaram e deram o sangue, quando não a vida, pelo direito de não servir a outro homem.
Ao longo dos séculos, o pau quebrou em todo lugar. E o ideal sempre foi o mesmo.
Liberdade!
Então eu me pergunto: depois de tanta luta, como a humanidade chegou ao que é hoje?
Com um espírito tão forte de conquista da liberdade, como permite isso?
Alguém entra em sua casa e lhe dá a seguinte ordem:
“Você ficará aí sentado olhando para mim! Apenas sairá pra prover seu sustento, mas todo seu tempo livre ficará aí sentado me admirando, olhando fixamente para mim! E, mesmo longe de mim, eu serei seu principal assunto, não ouse falar de outra coisa senão sobre mim!”
Qual a sua reação? Levantar-se e expulsar tal insolente por tamanho atrevimento?
Não!
Você se cala e obedece. Todos os dias.
É isso que você tem feito. Todos os dias você volta do trabalho, senta-se no sofá e cumpre a ordem.
Você não contraia isso jamais. Já não pode viver sem ela.
A Televisão.

Esse é o novo Evangelho. Tudo o que passa lá é tomado como a mais pura verdade. Jamais questionada, a televisão tornou-se a mais procurada fonte de informações do mundo. Livros, jornais e até mesmo a internet perde força diante da incontestável TV.
Livros e jornais são tidos como ultrapassados. Pois são trabalhosos, tomam um tempo maior para um aproveitamento ideal.
Já a internet é sempre tida como fonte duvidosa, além de requerer um trabalho de busca.
A televisão ganha a preferência, pois você só precisa sentar sua bunda preguiçosa no sofá e deixar que ela lhe mostre tudo. Ela irá saciar sua sede de conhecimento. Tudo o que você saber está ali.

NADA DO QUE VOCÊ PRECISA SABER ESTÁ ALI!!!!

A televisão é um poço de ilusões.
Nada lá é real. Estão tirando sua atenção das coisas que estão acontecendo. Estão te dominando cada vez mais.
Lhe dizem como vestir-se, o que comer, onde morar, como se comportar.
Educam seus filhos, ensinando-lhes todo tipo de porcaria.
Você não quer pensar em política, não quer pensar nas leis que regem o seu país, não quer pensar em pessoas famintas, em guerras e vidas se perdendo. Pois você não pode perder o próximo capítulo da novela.
Não interessa o domínio de homens sobre homens, pois você quer saber o que acontecerá no reallity show da vez.
Não importa o que aconteça no mundo desde que você possa ver todo o circo armado pela TV.
Você assiste no telejornal a quantidade de assaltos e homicídios que houveram numa determinada região e se diz bem informado. Claro, pois você sabe exatamente quantas pessoas morreram na enchente que aconteceu do outro lado do mundo, e sabe também quantos civis morreram nos bombardeios sobre o Oriente Médio.
O que você fez com essas informações?
Qual foi sua atitude para ajudar todas essas vítimas de tamanha desgraça mundial?
Nada.
Pra você isso tudo não passa de mais um filminho de terror.
Você lamenta os assaltos e homicídios, mas não pensa na causa disso.
Você lamenta a guerra, mas não idéia dos motivos que levaram a ela.
Você tem um opinião formada sobre tudo, mas não faz a mínima ideia do que fala, pois essa opinião não é sua, a televisão que te deu.


A televisão é sua verdade absoluta. E você jamais vai contestá-la.
Você abdicou da sua vida pra ouvir ilusões, mentiras, verdades manipuladas e qualquer bobagem que queiram te enfiar cabeça adentro.
Você não é livre.
Você perde o mundo lá fora, perde o universo acontecendo, perde muito mais do que pode imaginar, para render-se ao circo televisivo.
Meus parabéns! Seu grande idiota!

Surdos

"Quando as pessoas pensam que você está morrendo, elas realmente prestam atenção em você, ao invés de só esperarem a vez delas de falar."
Frase do filme Clube da Luta

 
Realmente.
Nada como a verdade jogada na cara de todos.

Depois de ouvir essa frase passei a prestar atenção no desenrolar dos diálogos, tantos os quais participo, quanto aos outros em minha volta. Não ao assunto, mas em como divide-se o tempo de fala para cada um dos envolvidos na cena.
É triste.
Triste constatar que as pessoas ficaram surdas. Não literalmente como meus amigos do CSJ. Mas de uma maneira pior. As pessoas se dispõe ao diálogo, porém insistem no monólogo.
Quando estiver conversando com alguém, preste atenção se ela realmente está te ouvindo, ou está somente procurando em suas palavras uma brecha pra ela começar a falar também.
As pessoas não querem ouvir, querem falar.
Não importa o assunto. Não importa o que você sente, o problema que você está passando, suas alegrias, alguma decepção. Não importa. Tudo é apenas motivo para falar, nunca para ouvir.
Você começa a desabafar com alguém sobre aquela dor de cotovelo, esse alguém se propõe a dar-lhe o ombro amigo, você começa a falar sobre a triste situação e lá está essa pessoa amiga pra te acolher e dar-lhe a atenção que você tanto precisa nesse momento difícil.
Pórém você só 'começa' a falar.
Não demora muito e suas palavras são atravessadas pela fala brutal do seu acolhedor.
Ele te dá força, te aconselha, fala de experiências que ele já passou e se saiu bem, fala do conhecido do amigo do cunhado da ex-mulher do primo dele que passou pela mesma situação que você.
Mas ele nem te ouviu, pois você não terminou de falar.
Será que esse cara tá lendo sua mente???
Não, acontece apenas que ele não quer te ouvir, ele quer falar.
E nem adianta mudar de assunto. Se você falar de suas alegrias, ele começará com a frase: "Que ótimo! Fico feliz por você. Eu também estou com um projeto que vai me deixar muito bem....". Daí em diante os ouvidos dele são obstruídos.
Surdos egoístas. Não dão a mínima para o que o outro tem a dizer.
Então os diálogos transformaram-se em disputas de falantes,de quem consegue ficar o maior tempo falando sem ser atravessado por outra boca grande.
Mas o que me mata é que quando uma dessa pessoas se depara com alguém que realmente pára para ouví-la, diz que a pessoa é muito quieta, que não conversa, que não dá importância ao que está sendo dito. No entanto, ela está apenas sendo ouvida de verdade.
É triste.

Surdos pelo egoísmo.

A quem você tem dado ouvidos?

A Vítima

Algumas atitudes humanas são repulsivas.
Por exemplo:
Uma personagem que tem ganhado espaço em nosso meio, se tornado muito comum em todos os campos da sociedade, é a "Vítima".
A Vítima é aquela pessoa que sempre tem uma história pessoal, triste e real pra contar. O mundo conspira contra ela. A tragédia é uma constante em sua vida. E ela se torna uma vencedora apenas por viver e suportar tal desgraça.
Como uma senhora que trabalha no mesmo prédio que eu. Não se consegue manter um diálogo com ela, pois se você chega de bom humor, diz 'bom dia' e conta como você dormiu bem depois daquela prática de yoga de ontem a noite, ela diz que dormiu muito mal, teve insônia, pois está com muitos problemas, e ainda tem que trabalhar, aturar a chefe que sempre está no pé dela, que a odeia, a persegue, e a culpa é sempre dela, que ela não foi avisada que havia um pedacinho do bolo do aniversariante do outro setor na cozinha então ela foi a única a não saborear tal manjar dos deuses, e que seu filho mais novo está tristonho por culpa da professora da escolinha, seu filho mais velho anda vendo pornografia por culpa do pai dele, ela não consegue fazer nada pois sempre há alguém para impedí-la, ela não pode contar com ninguém...bláblábládesgraçatotal.
Uma voz na minha cabeça disse: Fala de algo triste de verdade pra ver se ela se toca que o mundo não é tão ruim.
Um dia comecei a fala da doença que tive quando criança. Tsc tsc!
Nem terminei de falar(Aliás, mal comecei), ela desandou a vomitar o inferno em cima de mim. Começou com a frase "Você não sabe o que aconteceu comigo...". Daí pra frente nem preciso descrever a enchente de merda que invadiu meus ouvidos.

O duro é saber que uma pessoa assim jamais toma qualquer atitude para mudar sua vida. Ela é sua maior inimiga. Provoca cada desgraça que acontece em sua vida, apenas para ter o que contar(aumentando um grau cada vez que reconta). E ainda joga a culpa nas pessoas mais próximas que encontra. É mais fácil. Acomoda-se nessa sub vida.

Isso é repugnante!

O mundo não conspira contra você.
Quem você pensa que é para ter toda essa atenção?
Você não é especial!

Conflito de gerações

Mas o que há com as pessoas?
Nada nunca está bom o suficiente.
Eu, como a maioria das pessoas, adoro música. Sempre estou escutando algo e procurando músicas legais pra ouvir.
Semana passada uma mulher(um pouco mais velha) que trabalha comigo me perguntou o que eu estava ouvindo.
Passei um fone pra ela, era uma música nova de uma banda recente.
Ela não gostou. Disse que era só barulho e que as músicas de hoje são só isso mesmo.
Tudo bem, gosto é gosto.
No dia seguinte eu levei uma música antiga, mas na versão de uma banda nova. A mulher adorou, falou que o novo arranjo ficou muito bom, mas completou com "as músicas que vocês curtem hoje nós já curtíamos muito antes, vocês só sabem copiar"

Opa!

Assim fica difícil uma convivência saudável.
Se criamos algo novo, não presta.
Se nos deixamos influenciar por nomes consagrados ou seguimos uma linha já existente, estamos copiando.
Será que o jovem não faz nada certo?
Será que não existe capacidade na juventude para realizar algo de boa qualidade?

Uma frase: Cada geração se considera mais inteligente que a anterior e mais sábia que a posterior.
Disso surgem frase que sempre iniciam-se por "No meu tempo...", "O jovem de hoje...". Com isso vangloriam-se do tempo maravilhoso que viveram na juventude e distribuem impropérios sobre os tempos atuais.
Vamos com calma.
As coisas mudam com o passar do tempo, mas só por que é diferente não significa que é pior, nem melhor, só é diferente.
Há muitas coisas boas que surgiram com o passar do tempo, coisas ruins também. Vamos analisar caso a caso, e não generalizar tudo. Afinal, quem faz o mundo são as pessoas, seus pais fizeram o mundo maravilhoso em que você nasceu e cresceu, se o mundo dos seus filhos não está bom a culpa é de quem?
As pessoas modificam o mundo, a sociedade é composta por pessoas.
Eu nasci num mundo construído por meus pais, se ele não é o mundo ideal, não posso ser culpado, sou responsável pelo que faço agora e pelo mundo que construirei para meus filhos e gerações futuras.
O jovem não precisa ser reprimido, precisa de conhecimento. Com isso, ele mostra do que é capaz.

Preconceito

E esses conflitos gerados pelas diferenças que existem entre nós.
Há muita discussão sobre preconceito racial, de gênero, de classe social, etc. Mas pouco fala-se em soluções efetivas para o problema, pois não há preocupação com o preconceito em si e sim com o preconceito contra alguns grupos específicos da sociedade, como negros, índios, homossexuais, e tals.
Vejo uma supervalorização desses grupos de forma que ultrapassa os limites da igualdade de direitos. Um exemplo disso é que alguém dirá que não posso escrever esse texto.
Um negro se orgulha de ser negro e fica lindo na TV.
Um branco se orgulha de ser branco e é considerado racista.
Parada do Orgulho Gay é destaque todo ano, alvo de elogios e tals, mas não pode-se dizer 'Eu sou hetero!' em voz alta, é taxado o preconceito, imagine uma Parada Hetero?
Impossível não falar da 'cotas', um dos maiores atos de racismo que eu já vi.
Os vestibulares, por exemplo, nesse país, são meios de seleção onde o que importa é o seu conhecimento e não a cor da sua pele. Mesmo assim são impostas cotas, uma ajudinha ao cidadão negro ou índigena para inressar na universidade.
RACISMO!!!!
Esses cidadãos não são incapazes, não são inferiores e não precisam dessa esmola. Podem estudar e passar no vestibular tranquilamente sem essa ajuda medíocre.
Milhares de pessoas brancas são pobres, estudam em escolas públicas e passam as mesmas dificuldades que negros e índios pobres. Então as chances tem que ser iguais. As ajudas tem que ser iguais.
Mas é mais fácil maquilar o problema impondo cotas do que investir na educação de base.
Num país miscigenado como o nosso não pode-se dividir tudo e preto e branco.
Eu, por exemplo, na minha família há brancos, pretos, pardos, índios. Sou resultado de uma mistura de etnias. Posso me beneficiar dessa 'ajudinha'?
Chega de tanto preconceito.
Chega de direitos especiais.
Quando muda-se a direção da coisa a coisa muda de figura? Não dá.
Se vale de lá pra cá, vale daqui pra lá também.
Se pode camisa 100% negro, pode camisa 100% branco também.
Se pode grupo musical 'Raça Negra', pode grupo 'Raça Branca' também.
Nesse país não deve-se dar importância à cor da pele, pois os miscigenados são maioria.
Somos todos iguais perante a lei.
Todos temos os mesmos direitos e deveres.
Não somos brancos, negros, índios. Somos TODOS cidadãos.

Aparências

Hoje lembrei do dia em que comecei no meu primeiro emprego.
Foi um dia interessante, produtivo. Comecei um aprendizado e recebi várias orientações sobre como proceder naquele novo ambiente.
Uma dessas orientações é o que me chama atenção agora. Me disseram que eu devia manter uma “boa aparência”.
Pergunto: mas que diabos é uma “boa aparência”?
Cabelo cortado, alinhado e bem penteado?
Barba feita, escanhoada?
Terno e gravata ou uma camisa bem passada com calça social e sapatos engraxados e lustrosos?
Esse é um perfil comum em ambientes bancários e escritórios de advocacia, mas magine se um vendedor numa loja de artigos esportivos te atendesse vestido dessa maneira. Estranho, no mínimo.
Ou ainda se você trabalhasse num frigorifico ou como metalúrgico, tal vestimenta seria um tanto quanto desconfortável.
Mas antes que alguém me venha com a bobagem de que cada lugar exige um traje adequado, quero expressar meus sinceros protestos à arbitrariedade dessa política de imagens.
Qual a utilidade real disso?
Vamos voltar no tempo.
O homem inventou as roupas para aquecer-se, depois passou a usá-las para cobrir ua nudez, o que é uma coisa inútil, pois todos sabemos o que existe embaixo das roupas uns dos outros. Porém, com o passar dos séculos, o surgimento das civilizações e do dinheiro, surge também as diferenças sociais, pois quem tem mais dinheiro, tem mais poder sobre os outros. E para demonstrar esse poder o homem passa a comportar-se de maneira distinta dos demais. Assim ele inventa um modo próprio de se vestir, de maneira tal que todos possam distingui-lo daqueles que não tem a mesma riqueza material que ele.
Hoje a tradição ainda é seguida. E nos ramos laborais recebe o nome de “boa aparência”.
Quero meus funcionários agradáveis ao olhar da sociedade para que a sociedade veja com bons olhos minha empresa e não repare no serviço de merda que eu presto à ela.
Uma sociedade onde você não precisa 'ter', mas apenas 'parecer ter'. E onde esquece-se do que é realmente importante, SER.
Preocupa-se com as imagens e esquece-se das virtudes.
Se a tarefa realizada exige um traje especial por segurança, higiene, tudo bem.
Mas exigir que os funcionários vistam-se deste ou daquele modo, cortem aquele cabelo que demorou anos pra crescer e deu um puta trabalho pra cuidar, abandonem brincos e piercings, privem-se de tatuagens(o que é muito pessoal), sendo que nada disso interfere de maneira alguma no trabalho a ser realizado por ele, é arbitrário, enganador, jogo sujo.
Ao invés de fazer essa maldita maquilagem e continuar nos enganando, devemos educar nossos olhos a ver o realmente importa.
Ele faz o serviço direito? Está contratado.
Não faz? Está demitido.
Posso ir a um banco e ser atendido por alguém de bermuda e regata.
Ou por um engravatado na loja de artigos de surf. A escolha do vestuário é de cada um.
Cada um que escolha sua própria “boa aparência”.
Agora vou aproveitar que não estou no trabalho e recolocar meus piercings, afinal eu fico ótimo com eles.

Auto-ajuda

Há uma febre tomando lugar cada vez maior nesta nossa sociedade um tanto quanto carente e necessitada de ombros amigos.
Nesse mundo de estofados de velcro em frente a televisores com ‘trocentos’ canais, conversas ao telefone, MSN e Orkut, sobre os temas ícones de nossa geração, como desgraças do mundo, novela e sexo (ou ausência dele), onde as grandes realizações de um ser humano são um carro popular ou uma moto na garagem e uma grana pra tomar uma ‘gelada’ no fim de semana, o fenômeno denominado FRACASSO tem se tornado comum na vida das pessoas. Seja na vida social, familiar ou profissional.

Por conta deste fato, aumenta a busca por um conforto maternal. Neste contexto a Auto-ajuda se impõe.

Uma forma que a pessoas acharam para aceitar suas infelicidades e, assim, ficarem satisfeitas com aquilo que são.

É a expressão do conformismo. Uma maneira menos dolorosa de abraçar essa vida que ninguém quer. Disso surgem frases como ‘podia ser pior’, ‘o importante é que estou vivo, com saúde’.

Auto-ajuda aponta em você motivos que exaltam exageradamente a simplicidade, as coisas pequenas e fáceis de conseguir. Assim você se sente realizado por não conseguir nada de mais.

Em uma palavra: Ilusão.

Ilusão da felicidade.

Ilusão do conforto.

Da segurança, da vida melhor.

Com a auto-ajuda você diz “eu sou especial”, “todos são especiais e únicos”.

Isso significa que ser ‘especial’ já não é algo TÃO especial assim. Então, você não é especial.

Não se iluda.

Você é mais um na multidão. E a única coisa que te faz um ser único é o fato de que todo o caminho que você traçou ao longo da sua vida repleta de experiências já vividas por outros, foi feito em época, tempo e ângulo específicos.

Então veja que tudo o que essa terapia fez foi tirar de você a ambição e a força de vontade para melhorar suas condições de existência.

Pois se eu digo que estou mal, alguém me convence que estou bem, eu continuo mal e, por acreditar nesse alguém, não tento mudar, consequentemente, não melhoro.

Pra concluir: você não é especial, e nada vai acontecer se você não se mexer e tirar essa sua bunda preguiçosa do sofá. Pois, se podia estar pior, podia estar melhor também. E afinal, você está vivo e saudável pra quê?

As mudanças que você quer só se realizarão por seu próprio esforço.

Conformismo é uma ilusão.

Auto-ajuda não presta.

Sair à caça


Pensei sobre os locais e eventos de lazer que podemos desfrutar em nossos dias.
Baladas, haves, shows, teatro, cinema, sem falar nos passeios gastronômicos.
Há uma variedade imensa de lugares pra gente se divertir.
Locais de todo tipo, gostos variados, pra tido tipo de gente.
Porém uma coisa uma coisa em comum em todos esse universo cheio de opções: o intuito!
Isso mesmo, o motivo pelo qual o indivíduo deixa o conforto de seu lar e dirige-se a esses locais.
O objetivo é um, e apenas um: encontrar um parceiro.
Um parceiro pra namorar, uma compania para a noite, ou até mesmo só pra dar um amasso.
Há quem diga que não. Que não sai de casa pensando nisso.
Até acredito, pois é algo que tornou-se automático.
Ninguém sai mais pra dançar.
Ninguém sai mais pra ouvir música ao vivo.
Tudo é apenas pretexto pra conhecer e ficar com alguém.
Como na música da Velhas Virgens "tudo o que a gente faz é pra ver se come alguém".
Realidade na cara de todo mundo.
Mas, apesar de achar isso um desperdício de vida, pois a vida vai além de sair por aí pegando todo mundo, cada um que faça o que quiser. Eu pouco tenho a ver com a privacidade das pessoas. Todos podem escolher seus rumos e como levar seu barquinho nessa maré que chamamos existência.
Porém, uma coisa me aborrece. Será que posso achar isso um desperdício???
Quero sair só pra escutar música, dançar, assistir seja lá o que for, de vez em quando, sem ser questionado sobre quantas bocas eu beijei noite adentro.
Quero a liberdade de me divertir e curtir o lugar se nenhuma lígua na minha boca que não seja a minha.
Quero poder escolher.
Eu quero dirigir minha vida sem ninguém nas minhas costas.
Claro que algum espertinho va i dizer que isso é papo de quem não "pega" ninguém, de quem tá na seca.
Tudo bem. Eu respeito seu direito de pensar a bobagem inútil que quiser.
Mas, quero liberdade de escolha. Por favor, não tentem moldar minha pobre vidinha, afinal, a sua não é exemplo pra ninguém.

Amor de mãe


Meu, tava aqui pensando...ouço muito falar nesse tal amor de mãe.
Um amor insubstituível.
Amor maior.
É comum ver presidiários com a frase “Amor só de mãe” tatuada em seus corpos.
Algo divino, acima de todos os outros sentimentos.
Mas, minha mãe jamais me amou assim.
Ela me rejeitou a vida toda e, ainda hoje, me trata diferentemente dos filhos de seu segundo casamento.
Por muito tempo pensei ter sido privado desse amor.
Mas amor de mãe nem sempre vem das mães.
Vem de pais, avós, irmãos, tios, padrinhos, de desconhecidos distantes que se esforçam pra te dar uma ajudinha na vida.
Pra mim esse amor vem do meu pai, a melhor mãe que eu poderia ter.

Então, se liga, pois mãe não é necessariamente sinônimo de amor, bondade, numa paisagem de borboletas passeando no jardim.

As pessoas que mais te amariam no mundo, você ignora sem saber.

Pense.

Eu tenho religião?

Por que as pessoas teimam em fingir ser o que não são?
E não falo dos pobres que fingem ser ricos e dos ricos que querem parecer pobres.
Pois essa parcela da população já faz parte do nosso cotidiano, do nosso folclore, enfim, da nossa vida.
Vamos falar da parte religiosa da questão.
Sei que alguns vão vir com aquelas frases feitas do tipo “religião é igual time de futebol(e c* também!), cada um tem o seu(a)!”.
Mas é aí que está a questão: Será que tem?
Uma expressão que tem se tornado comum em nosso meio: você pergunta a alguém “qual a sua religião?”, e ela te responde “sou católico não-praticante”.

Meu, como assim???
Alguém pode me explicar que raio de resposta sem sentido é essa?

Segundo o dicionário “Católico: adj. Universal. / Que pertence à religião de Roma. / Que professa o catolicismo. / &151; S.m. Aquele que professa o catolicismo.”

Ou seja, se você não pratica o catolicismo, você não faz parte dele. Questão de lógica.

Seja sincero consigo mesmo e assuma que você não segue religião alguma, se posicione abertamente sobre isso, senão eu podeira dizer que sou, além de católico não-praticante, evangélico não-praticante, muçulmano não-praticante, budista não-praticante e por aí vai, afinal eu não pratico nenhuma dessas religiões.
Vamos respeitar todas elas e exigir respeito à nossa decisão de não seguir nenhuma. Chega desa hipocrisia.

E, amigões, não tentem ser especiais, vocês não são!

Cultura, deficiência e morbidez

Comecei uma pesquisa sobre surdos-cegos para incrementar meus conhecimentos sobre assuntos educacionais e meu curso de LIBRAS (Língua brasileira de sinais).
Com muito ânimo aprendi coisas interessantíssimas sobre esse universo que vai além do silêncio e além da luz. A comunicação com indivíduos surdos-cegos dá-se de maneira muito especial e peculiar.
Emocionante.
Resolvi compartilhar toda essa emoção com algumas pessoas.
Erro de escolha.
Pessoas que fazem parte daquele grupo social que numa briga se amontoam para assistir o espetáculo de violência, ficam em volta dos acidentes de trânsito só olhando a desgraça alheia e, apesar do corpo humano apresentar por volta de 650 músculos, não movem nenhum para auxiliar as vítimas.
Horror.
Fui censurado vorazmente.
Pessoas que tem como principal fonte de cultura a televisão e o que “ouvem dizer” através das fofoquinhas de portão.
Moldam suas vidas a partir do que vem na novela, repetem as falas das personagens, transformam-nas em cifrões e os bradam como verdadeiros heróis revolucionários.
Acompanham religiosamente os realitty shows (que de realidade não tem nada), e torcem para que esse ou aquele vença o jogo ou saia do programa, falam até em ódio contra algum participante, tomando partido como numa guerra entre nações.
E os telejornais. “A maior fonte de informação do universo”. Acreditam piamente em tudo o que é expressado ali. Assistem, no conforto de seus sofás de três lugares, a desgraça que jornalistas exploram, pois estes sabem que aqueles inúteis estarão lá para absorver cada idiotice apresentada para alimentar a estupidez.
Tais pessoas me criticaram por me interessar em conhecer o universo dos surdos-cegos.
Motivo?
Além do 'achismo', quando pesquisa-se sobre esse tema, nos deparamos com várias histórias muito tristes. Por isso me apontaram uma possível morbidez.
É realmente espantoso.
M e lembra um trecho do livro Noite na Taverna do Álvares de Azevedo:
“E pensar que tudo que há de mais puro no homem, de mais santo e perfumado na alma, se infunde no lodo da realidade, revolve no charco, e há ainda uma convulsão infame para dizer – Sou feliz!”

As tristezas existem na vida dos denominados duvidosamente 'deficientes', mas domina a vida daqueles que fecham os olhos para o desconhecido e evitam sair de sua rotina carniceira.
Por que digo 'duvidosamente deficientes'?
Simples: eles se abrem para a vida, com um pouco de ajuda absorvem o mundo. Surdo se comunica em Libras, e consegue entender a língua portuguesa para se comunicar com ouvintes. Ouvinte fica inseguro e se ação diante do surdo, pois não sabe Libras. Quem é o deficiente?
Os relatos de vitórias são ouvidos constantemente quando nos envolvemos nesse universo, e é realmente uma pena que existam pessoas (e não são poucas) com pensamentos tão egoístas e verdadeiramente mórbidos.



Esqueci o quão ignorante são as mentes daqueles que se julgam inteligentes.

Achismo

Alguns dizem que eu sou um pouco revoltado, que me estresso facilmente e tal, e na maior parte do tempo eu concordo, mas garanto que tudo se justifica nesse meu aspecto.
E uma das coisas que realmente me enlouquecem nessa vida é o "achismo". Essa coisa inútil que permeia a vida de todos nós.
Semana passada uma funcionária do prédio onde eu trabalho chegou lá furiosa. Falando frases do tipo "eu não acredito", "eu não posso permitir", "isso é um absurdo", parecia que alguém cometera a maior injustiça do mundo com ela. Uma mulher de cinquenta anos revoltada dessa maneira é de preocupar qualquer um.
Lá vou eu todo prestativo me oferecer para tentar segurar o mundo que caía sobre seus ombros.
Pergunto o que houve de tão grave para deixá-la naquele estado e a resposta é: "Estão querendo colocar uma torre de celular perto da minha casa".
Pensei logo que algum perigo se erguia junto com essa torre, perigo para as crianças do bairro, para os idosos, para as mulheres indefesas, para os golfinhos, baleias e ursos panda fofinhos. Criminosos, máfia, monstro dos mares estavam por trás do projeto para executarem seus planos maléficos.
Mas quando pergunto àquela senhora indefesa, o motivo pelo qual não queria a torre perto de seu domicílio, ela diz: "Por que eu acho que não tem que ter torre lá".
Todos os meus planos de salvar o mundo a partir da destruição daquela torre vão para o ralo.
Insisto num "por que não?"
"Por que eu acho que não, e todo mundo lá no bairro também acha que não".
Se a máfia realmente estivesse por trás disso, eu iria lá beijar a mão do Padrinho. Passaria para o lado mal naquele momento.
Lição: Se você quer expressar sua opinião, seja ela qual for, sobre o assunto que for, tenha, no mínimo, argumento para sustentá-la.
Esse negócio de "por que eu acho", "por que eu quero", "por que é", mostrar que sua opinião é tão inútil quanto você. Ela não vale nada. Então, nada vai acontecer depois que você opinar. A torre estará lá antes do que você pensa.
Então, pense.